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The Forgotten Hotel  
Portugal

Reports1
First reportFebruary 19 2020
by Explorações_Urbanas



The forgotten hotel
by Explorações_Urbanas on February 19 2020 11:49 hr CE(S)T   Shortlink to this report: [ https://urbx.be/uakk ]

Finding out the location
  very easy
Access
  hard
Safety
  unsafe
Risk of being seen
  very high
General condition of the place
  bad
Traces of vandalism
  few
Good place for taking pictures?
  good
Did you see other people?
  few


Visit date    January 18 2020 at 0 hr
Visit duration    1 hour


Mesmo agora, com a fachada degradada e aquele ar abandonado, quando olhamos para o Hotel ainda é fácil imaginar na década de 1920, uma estância de veraneio em todo o seu fulgor, ocupada por uma classe média-alta a recuperar poder económico no virar do século. À volta, um turbilhão com edifícios e hotéis de arte nova a serem construídos para dar resposta às centenas de turistas que procuravam o clima saudável da região.

Mandado construir em 1910 por António Rosa, emigrante de sucesso no Brasil, surgiu neste contexto de fim de belle-époque aquele que foi um dos edifícios mais emblemáticos de todo o concelho de....— foi e é, mesmo depois de tantas décadas ao abandono.

A história do Hotel é uma odisseia. Primeiro, foi uma casa de luxo, construída com o dinheiro feito no Brasil. Depois, o tal António Rosa, que em boa verdade quase nunca viveu em Portugal, transformou a casa numa pensão — que foi batizada com o criativo nome Pensão Rosa. Dez anos depois mudaria para Hotel... O arquiteto original do projeto foi o brasileiro José Venceslau de Oliveira. O edifício é uma mistura dos géneros mais populares daquela época: a Arte Nova, a Arte Deco, o Brasil, o chalet, a belle-époque.Os quartos são enormes, bem como os corredores e os jardins externos. Quando mudou de nome para Hotel... o espaço ganhou também uma fama que se espalhou por toda a região. Tinha uma vantagem enorme em relação aos adversários: praticava o ultra procurado regime de pensão completa. Um luxo. O sucesso foi tendo altos e baixos até 1956, altura em que a administração decidiu fechar o hotel.

Esta decisão foi um golpe duro para a população Muitos achavam que ela seria, só podia ser, temporária. Nos vinte anos seguintes houve várias tentativas de renovação do hotel, mas nenhuma avançou. Desde os anos 80 que o Hotel está ao abandono. Existem alguns grupos nas redes sociais que pedem que ele seja recuperado.Mas afinal o que aconteceu ao Hotel? “Foi um pouco vítima da especulação imobiliária”, o arquiteto Alexandre Quadrio. “O que se sabe e se fala é que ele nunca foi propriamente à falência. Houve um desinteresse dos proprietários, sobretudo do último, que entretanto emigrou para os EUA. O hotel foi ficando fechado, mas todos pensavam que seria temporário”.

E acrescenta: “Não é um Hotel fácil de rentabilizar, isto por causa da forma como está construído, com os seus quartos muito grandes e, logo, muito caros”.

Pelo meio, a propriedade acabou nas mãos de um construtor civil, que sempre teve a intenção de o recuperar e reativar, mas até agora nada. “Foi construindo à volta e em terrenos contíguos ao hotel, fez prédios lá encostados”. Entretanto o tempo foi tendo os seus efeitos, a degradação do edifício centenário foi-se tornando mais óbvia e no verão de 2006 até houve um incêndio num dos quartos. A Câmara Municipal....decidiu então intervir e pediu a classificação de património municipal ao Hotel para o proteger. Chegou ainda a pedir a classificação do Hotel Parque como património nacional, mas a IGESPAR, da Direção Geral do Património Cultural, não aprovou. Aceitou apenas a de património municipal, o que pelo menos terá ajudado na garantia da sua preservação.

“O edifício está, para todos os efeitos, protegido. Não pode ser demolido e quaisquer obras terão de manter a traça original”, explica fonte da Câmara....Segundo a declaração do IGESPAR, de 2011, o edifício é um “testemunho de como um dos mais importantes e tradicionais locais de veraneio da costa.Perante tudo isto, haverá futuro? O construtor civil que comprou o edifício e os terrenos terá vontade de recuperar o hotel. Desde 2009 que há rumores e referências nos meios locais de que a obra estará para breve.

Segundo o “Jornal de...o proprietário garantia, no verão de 2017, que o hotel iria finalmente ser recuperado e reabilitado “a breve trecho”.

A Câmara de... diz, no entanto, que nos seus serviços ainda não entrou nenhuma documentação ou pedido de licenciamento nesse sentido, o que lamenta. Até lá, a Junta e a Câmara e os habitantes da região são unânimes: o Hotel é um marco da vila, um imóvel único, magnífico, centenário, protegido. A única saída possível, frisam, é mesmo a recuperação total.

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